sábado, 20 de dezembro de 2008

NO RIO SEM JÚLIA


A noite é fria, é tão fria a noite
Meu corpo é fraco sem o seu corpo.
É como as folhas que vão voando
Tocadas apenas num leve sopro.

O quarto é úmido sem o seu amor
O leito é grande e não tem forma.
É como um rio por entre as serras
Rasgando a terra, vai e se deforma.

Meus passos lentos, sem rumo certo
De certo andam sem ter razão.
São rastros tortos pelos caminhos
Que a vida dita sem explicação.

Júlia, sem você meu viver é triste
Consiste apenas em não viver.
Por isso mesmo, eu quero partir
Porque não posso estar sem você.


Do livro "Setembros para Júlia"

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