sábado, 20 de dezembro de 2008

JÚLIA, TUA BELEZA É GRAÇA DIVINA!

Júlia! Tua beleza é graça divina.
O teu olhar terno, parece ser triste!
Se a ti, a felicidade ainda existe,
Por que choras tu desta pobre sina?

Oh! Por que choras, querida, embalando
O riso alindado que tens? – mulher!
Como pode numa ilusão qualquer
Consolar-me, se eu vivo só te amando?

No caminho das arvores antigas
Onde nelas se agasalham os ninhos,
Bebemos juntos, nas taças de vinhos
A doce volúpia das nossas fadigas.

Júlia! Algo assim já não me consola
Não, neste momento de raro gosto,
Talvez quisesse eu beijar-te o rosto
E o corpo sem a fina camisola.

Morrer no carinho daquelas sedas
De um lençol vermelho – de querubim
Sonhar em teus braços, quase sem fim
Portanto eu quero tanto, me concedas!

Pois bem!... a solidão bem que não deve
Levar adiante amargo sofrimento.
Vem!... vem a mim, sem arrependimento
Quero sorver os teus seios de neve.

Júlia! Tua beleza é divina e novel!
Quero no chão que pisas, tuas anáguas,
Quero o teu corpo nu, nas mornas águas,
Das banheiras douradas de motel.

E então – na volúpia das orgias
Haveremos de assim morrer – afeito
Os teus seios em meu dolente peito
Nos desejos de nossas fantasias.

Vês! – cristalina é a beleza tua
Nos encantos dos teus curtos cabelos,
Vejo-os, entre diademas, tão belos!
E tão negros! – como as noites sem lua.

Sinto-me o rejuvenescer dos anos
No aconchego do nosso leito lindo!...
Só por amor – eu morrerei sorrindo
Com mil segredos e mil desenganos.

Mulher, tua beleza é doce e pura
Deste teu corpo, nos lânguidos seios,
Quero morrer de paixão, sem receios,
De tê-los amados com tal formosura.

É esta a felicidade que supomos
Ser o sonho eterno, a flor redolente,
E o amor que, de tanto amar, ser contente,
E ter sempre por perto quem amamos.

Do livro "Setembros para Júlia"

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