Na noite, conversemos, não de outra maneira
Senão com alucinados beijos. Sei que,
Ao ronronar da rede preguiçosa, abeira
O meu corpo no teu num intenso prazer.
O beijo dá-se, não se pede e nem se furta.
Beijo-te, então, o desnudado sei, no afã
Do desejo que me adocica ao mel da murta
Enquanto isso, o sol se abrasa pela manhã.
Conversemos na rede, sob a sombra do Ipê
Onde os pássaros têm no canto o lenitivo.
Falemos só de Amor e na escuna entender
A doce sonata do vocal coletivo.
Conversemos na rede enquanto a chuva fria
Enxovalha os teus cabelos, já borrifados,
Pelas gotas esparsas que, durante o dia
Inteiro, caíram sobre os teus seios rosados!
Conversemos, eu quero te dizer e muito
Que sinto com ardor o gozo que conforta.
Como notas suaves ao Dédalo em circuito
Abrigando-nos no batente dessa porta.
Não permita meu Deus, que o silêncio macabro
Esteja na rede a navegar em lago manso.
Mas, que os nautas sejam livres do descalabro
E, sozinhos, se abraçam num belo descanso.
Gosto das redes que me causam pavor e medo.
Gosto dos balanços que me causam tonturas.
E, principalmente, gosto do samba-enredo
Dos movimentos do teu corpo nas alturas.
Manhã – despertar a cada instante – feliz!
À tarde – deitar o pensamento em teu colo.
E de noite – retomar o Amor aprendiz
Enlaçando-me em teus braços a tiracolo.
Conversemos, enfim, sobre nós, os amantes!
Da rede e de todos os lugares exóticos.
No final, o mais feliz sou eu, porque antes
Já te amava nos meus sonhos apoteóticos.
Senão com alucinados beijos. Sei que,
Ao ronronar da rede preguiçosa, abeira
O meu corpo no teu num intenso prazer.
O beijo dá-se, não se pede e nem se furta.
Beijo-te, então, o desnudado sei, no afã
Do desejo que me adocica ao mel da murta
Enquanto isso, o sol se abrasa pela manhã.
Conversemos na rede, sob a sombra do Ipê
Onde os pássaros têm no canto o lenitivo.
Falemos só de Amor e na escuna entender
A doce sonata do vocal coletivo.
Conversemos na rede enquanto a chuva fria
Enxovalha os teus cabelos, já borrifados,
Pelas gotas esparsas que, durante o dia
Inteiro, caíram sobre os teus seios rosados!
Conversemos, eu quero te dizer e muito
Que sinto com ardor o gozo que conforta.
Como notas suaves ao Dédalo em circuito
Abrigando-nos no batente dessa porta.
Não permita meu Deus, que o silêncio macabro
Esteja na rede a navegar em lago manso.
Mas, que os nautas sejam livres do descalabro
E, sozinhos, se abraçam num belo descanso.
Gosto das redes que me causam pavor e medo.
Gosto dos balanços que me causam tonturas.
E, principalmente, gosto do samba-enredo
Dos movimentos do teu corpo nas alturas.
Manhã – despertar a cada instante – feliz!
À tarde – deitar o pensamento em teu colo.
E de noite – retomar o Amor aprendiz
Enlaçando-me em teus braços a tiracolo.
Conversemos, enfim, sobre nós, os amantes!
Da rede e de todos os lugares exóticos.
No final, o mais feliz sou eu, porque antes
Já te amava nos meus sonhos apoteóticos.
Do livro "Setembros para Júlia"
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