domingo, 21 de dezembro de 2008

DISTÂNCIA


A distância, nesta louca distâcia
Confesso às paredes minha ânsia
De querer te amar eternamente
Quero ter a tua face pudibunda
E numa emoção terna e profunda
Ter-me em teus braços docemente.

Mais ainda, e muito quisera tanto
Dos lábios teus o doce encanto
De um beijo longo e gostoso.
Sei que a distância ainda existe
Que a saudade há muito persiste
Neste momento tão suspiroso.

Bem sei, são os sentidos das flores,
Que palpitam e gemem de amores
No peito desta pobre amante.
A distância é amarga, minha bela!
Teu poeta já não dorme – ó donzela!
Não vês? – Volta agora neste instante.

Volta que a primavera há de florir
Há silêncio no teu quarto de dormir
Há tanto amor no meu triste coração.
E o teu seio suspirando molemente
Há de sentir que a febre de repente
Estua com volúpia e com paixão.

Na distância louca do meu desejo
Talvez me mate cena do último beijo
Desta minha boca sequiosa e carente.
Enquanto não vens, doce peregrina
Minha alma chora esta pobre sina
De muita saudade. Ó Deus! Certamente...


Do livro "Setembros para Júlia"

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